terça-feira, 10 de junho de 2008

Vitrines - part.5 - ILHA MELISSA

Em meio nossa análise por lojas de calçados femininos, nos deparamos com um desmembramento da loja Melissa. Já falamos várias vezes de como a Melissa tem se diferenciado nesse campo tanto por sua vitrines quanto por suas stores.


Nesta ilha visualizamos a apropriação daqueles elementos recorrentemente visto nas lojas de Melissa, mas de uma maneira diferenciada. Esta ilha se resolve tanto em meios logísticos (pelo tipo de armazenamento) quanto em termos utilitários. O tipo de exposição ainda remete a uma idéia já obsoleta de grande exposição de produtos, mas que em uma ilha não causa um impacto negativo.


Enxergamos essa ilha como a própria utilização de um espaço 3D, é como se Melissa estivesse em uma grande feira de exposição (muitas vezes o shopping pode ser visto dessa forma) e com grande astúcia consegue se diferenciar de maneira simples e criativa.



Vitrines - part.4 - FRANK CALÇADOS

Uma loja que possui valores totalmente esportivos e tem como nicho principal a família, atletas, etc. Separa um espaço diferenciado em sua vitrinas para exposição de calçados femininos se relacionando com as lojas analisadas até então.


A diferença desta loja é que sua campanha não trouxe os valores do dia dos namorados associado à sazonalidade outono inverno.


A vitrina é composta de vários tipos de calçados, principalmente de inverno como botas de couro. Em termos decorativos, existe um grande número de folhas (sugerindo que elas tivessem caído de uma árvore) e ainda a iluminação é um pouco fria. Para a proposta foi muito bem elaborado, pois traz uma sensação que extrapola o campo perceptivo visual. A vitrina ainda possui uma série de arranjos, galhos secos e pedaços de tronco que se misturam aos calçados valorizando a estação do ano.

Outro item interessante é o tipo de sensação que é fortificado por uma das entradas do shopping quase que de frente para a loja, no dia em que estivemos na loja, a sensação de frio era clara, tanto pela porta que estava constantemente aberta conciliada com o ar condicionado do shopping.



Vitrines - part.3 - FATALI

A loja Fatali, apesar de menor, busca o mesmo nicho das duas anteriores, mulheres sofisticadas e modernas. Com um pouco menos de apelo e recursos, ela consegue trazer valores emocionais bem diferenciados em relação aos seus concorrentes.


Apesar de uma grande variedade de calçados espalhados ao longo da vitrine ela consegue chamar a atenção para um elemento romântico para a data em questão. A champaigne associada a taças e um porta gelo em formas diferenciadas consegue trazer os valores que compõe esta data com grande simplicidade.

Para esta loja descontos e propostas relacionadas especificamente a ofertas e facilidade a compra se tornam diferenciais. Ela consegue sem sujar sua vitrine compor em um canto com adesivação todas essas questões.


Vitrines - part.2 - CARMEN STEFFENS

A loja da Carmen Steffens, além de concorrente direto da Via Uno, fica separada por apenas duas lojas de sua concorrente. O que se vê é o uso de um mesmo posicionamento em relação à campanha do Dia dos Namorados, o que tornou mais simples a visualização para análise tanto em termos de linguagem quanto de recursos.
A vitrine compõe-se de um display ao fundo produzido em papelão e a impressão colada sobre este suporte. Logo na altura do rosto da modelo, existe um móbile em madeira em formato de coração, impresso de vermelho com tipos na cor prata. O que chama atenção é que a vitrine vista de frente, evoca a uma idéia de sexualidade com requinte. A exposição de seus produtos possui uma harmonia de cores interessante e que segue a tendência outono inverno.
A loja que ainda possui uma linha masculina traz isso junto de sua vitrine de uma maneira discreta em um totem expositor ao lado da peça gráfica ao fundo.
Em um espaço semelhante ao da Via Uno, talvez um pouco menos conturbado, a loja se aproveita de recursos simples para chamar a atenção em relação ao seu concorrente.

Vitrines - part.1 - VIA UNO

A Via Uno é praticamente uma loja de calçados destinada ao público feminino, a comercialização de produtos vai desde bolsas e calçados como acessórios que combinam a este universo (pulseiras, brincos, cintos, etc.).
O discurso abordado no dia em questão para análise tratava o dia dos namorados.



Os efeitos pretendidos pela mensagem ficam muito a quem do que se espera por não ter nenhum suporte na vitrine, tornando-a um foco. A profusão de imagens que se propaga pela transparência e por termos toda a loja visível através da vitrine cria um ruído muito grande tornando a mensagem pouco elucidativa.


A vitrine é composta por elementos dourados e adesivação na vitrine. Os elementos dourados são divididos em peças que compõe juntamente com os calçados a linguagem do que temos em primeira instância na vitrine. O posicionamento é Apaixone-se e neste caso, não temos a configuração deste item no meio analisado. A peça 3D, foco da vitrine foi produzido em tiras de plástico revestido por um laminado dourado, funciona como um móbile além de expositor de umas dos principais lançamentos da loja. A adesivação foi um cupido que possuí resolução ruim e cores sem contraste e definição. Um erro infantil em termos de impressão.


A vitrine não dialoga com espaço (shopping) por não ser diferencial tamanha a profusão de imagens que existe em volta a sua localização, em frente a loja temos uma área de lazer para crianças o que a torna ainda mais conturbada, visto que o ruído privilegia isso.

sábado, 7 de junho de 2008

Cachaça Top

Em meio a tanta normalidade, ainda há estandes com soluções simples fazendo a diferença. Enquanto umas marcas prezam pela sofisticação do produto, expondo-o como tantos outros objetos de desejo em uma vitrina (em alguns casos nem parece que estamos vendo cachaça e sim, perfume) outras incrementaram seus estandes com soluções interessantes, valorizando a identidade visual com recursos simples.


A Ypioca 160, é a primeira cachaça com malte do mundo. Envelhecida em tonéis de carvalho durante 6 anos, ainda ganhou prêmio de "Melhor Embalagem de Bebida Alcoólica de 2007" no Prêmio ABRE, o mais importante concurso nacional, com reconhecimento internacional. A embalagem também levou o prêmio do WorldStar - Prêmio Mundial da Embalagem, promovida pela WPO - World Packaging Organisation.



Estande da cachaça tipo exportação, Verde Amarela. A ambientação não se restringiu somente aos tradicionais barris que geralmente compõem esses cenários. O uso de grafismos e fotos e a própria identidade visual da marca sugerem algo mais moderno.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Martim Creed - “Small Things” (2006) e “Things” (2007)


Aproxima-se da instalação conceitual que aborda a tipografia como linguagem, transmitindo um conceito. Este tipo de instalação geralmente não guarda uma relação direta com o espaço em que é apresentada, dando a impressão de que poderia estar aplicada a qualquer contexto. A tipografia utilizada, neutra, legível, reforça essa sensação; comporta-se como o comunicante do sentido puro, sentido esse que se vê livre de uma aplicação específica. Entretanto, o artista reforça em um trabalho enquanto contrasta no outro o sentido do texto com a imagem oferecida. A forma se torna mais proeminente, inclusive pela escolha do néon como material construtivo.







sexta-feira, 9 de maio de 2008

“Big type says more” – Strange Attractors (2006)


Mistura tipografias de origens diferentes, monumentais, cortadas em placas de papelão microondulado e montadas em planos, criando a sensação de espaço.A instalação funciona como um grande mural que acompanha mostra de trabalhos do respectivo escritório de design.O tipo aqui permanece bidimensional, apesar de seu caráter formal-decorativo ser preponderante. Aliado a outros elementos gráficos cria imagens dinâmicas, primeiramente percebidas em sua totalidade (pelo caráter unificante do recorte de um mesmo material sobrepondo-se, economia de cores reforçando efeito gráfico); em segundo plano, lidas.



sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ford KA - Extra Hipermercados (BH)




A Ford firmou parceria com o Grupo Pão de Açúcar e a rede de supermercados Extra para complementar as ações de lançamento do Novo Ka.
Essa foto foi retirada no display instalado no Extra Santa Efigênia, mas desde o dia 14 de maio, o veículo é exposto em cerca de cem lojas Extra e Pão de Açúcar de todo Brasil. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com as agências Aktuell e JWT.
Outro ponto de destaque são as demais estratégias de divulgação em todo o território nacional: a maior parte das inserções visa atingir o público jovem. Para tal, são realizadas blitz em bares, boates, restaurantes e universidades. O contato com a marca através da cross-media, fortalece a experiência com a marca, delimitando de forma mais apurada todo o vínculo entre o conceito da campanha e o público alvo. A E-Promo, agência responsável pela ação, distribuiu um par de convites para uma festa a quem participasse de um test-drive em uma das três concessionárias Ford Center da cidade de Curitiba. Os consumidores das duas redes de varejo também poderão participar de um concurso de frases que premiará o vencedor com um ano de compras gratuitas e um Ford Ka.
A extrusão do logotipo do veículo reforça o contato com a marca, produzindo um bom exemplo da aplicação tridimensional no design gráfico. A marca serve de suporte para a bancada na qual o potencial consumidor pode adquirir maiores informações acerca do carro. Além disso, torna essa ação efêmera de exposição mais impactante do ponto de vista visual e, por conseguinte, mais marcante.






quarta-feira, 23 de abril de 2008

Andrew Byrom


Concebe alfabetos tridimensionais a partir da idéia de mobiliário. Apesar de sua tridimensionalidade é necessário um ponto de vista determinado para a percepção das formas das letras aproximando-o da concepção corrente bidimensional do tipo. No entanto, esta existência no espaço também permite a percepção da forma antes da apreensão do sentido, resistindo á obrigatoriedade de uma legibilidade. Esta forma que pode ser reconhecida como letra em determinados momentos e outros não coincide com o conceito de “tipografia fluida” de Bárbara Brownie, em “Fluid Typography: An introduction to categories of fluid type”.


segunda-feira, 14 de abril de 2008

Espaço tipográfico 2

Um dos princípios da tipografia é a legibilidade, que foi muito reforçada ao longo do modernismo. O texto deveria se comportar como um meio invisível - um intermediário neutro - da mensagem. Para tanto, ele precisa ser tão legível ao ponto do reconhecimento de letras e palavras acontecer num nível subconsciente, para que o conteúdo alí codificado ocupe o primeiro plano de compreensão.

Porém, existe uma oscilação da percepção do "leitor"entre a notação simbólica e a superfície tipográfica do texto: quando a legibilidade diminui, a percepção da forma se acentua e vice-versa. A partir do questionamento dos paradigmas modernistas, essa oscilação pende para uma percepção do texto (tipo) enquanto imagem, forma, sensação... Nós olhamos para ele e não mais através dele.

Podemos perceber isto nas experimentações com a tipografia (tri)dimensional. Transformados em objetos físicos, os tipos extrapolam sua natureza bidimensional enquanto veículo de uma mensagem e passam a suscitar outras relações com o "leitor".

Um exemplo disto é o trabalho de Damián Ortega "Spirit and Matter" na Bienal de São Paulo "Como viver junto", em 2006. Instalado do lado de fora do pavilhão do Ibirapuera, o trabalho composto por seis estruturas construídas a partir de material de demolição reaproveitado ilustra bem tal oscilação.


Ao nos aproximarmos do pavilhão vimos construções que nos lembraram barracos improvisados, como os de uma favela. Não percebemos uma organização ou lógica na construção, estacionando nossa percepção nesta primeira impressão. Uma vez dentro do pavilhão percebemos que os barracos eram, na verdade, letras compondo uma palavra: SPIRIT. A construção poderia ser visitada: havia uma abertura de entrada e outras tantas ao longo da mesma. Ela poderia ser percorrida por uma trajetória determinada tanto pelo desenho da palavra quanto pela disposição das aberturas para passagem entre as letras.


Lá dentro, a sensação de percorrer um labirinto predominava; onde não percebíamos o espaço circundante porque confinado, tornava-se evidente um caminho, um corredor. Ao longo das curvas abruptas e das súbitas passagens podíamos ver a precariedade do material escolhido para a construção: velhos tapumes e portas, placas de metal enferrujadas, restos de outdoors.

Não me lembro de relacionar esta trajetória ao desenho da palavra que vimos anteriormente. As duas percepções experimentadas, o sentido do texto lido e a sensação de percorrer o labirinto, se configuravam como coisas distintas. O que percebemos ao caminhar por dentro da palavra foi a matéria, forma e sensação; um "olhar para". Já a vista do pavilhão permitia a leitura (espírito, sentido, mensagem), um "olhar através", para além da sua materialidade.

Não quero dizer aqui que esse foi o propósito do artista ao expor essa contradição entre espírito e matéria, mas destacar um ponto de partida para pensarmos a relação do "leitor" com a tipografia assim como as questões oriundas da transposição de uma manifestação bidimensional para o espaço, o tridimensional.

As fotos aqui apresentadas foram gentilmente cedidas por Leticia Lessa (obrigada!!!, porque nossa câmera pifou no início da visita O_o).

Abaixo, alguns links relacionados:
http://www.whitecube.com/exhibitions/spiritandmatter/
http://www.youtube.com/watch?v=feByWZN9B2Y

sábado, 5 de abril de 2008

Restaurante Shimo (SP)

O Restaurante Shimo (SP), projeto assinado por Marcelo Rosembaum (sim, o do Luciano Huck), apresenta um bom exemplo de como o designer gráfico pode atuar na ambientação: ricas explorações imagéticas através de grafismos plotados em boa parte do ambiente. As formas orgânicas e os padrões geométricos são dinâmicos, múltiplos e de cores bem vibrantes, resgatando valores de jovialidade e contemporaneidade dentro de uma nova abordagem da cultura japonesa. As explorações imagéticas são livres e com ênfase a elementos gráficos inseridos na cultura oriental como passaros, paisagens e adornos.






Destaque para a iluminação (tanto com luz branca quando luz originada de luminárias vermelhas) que potencializa as cores em cada painel.



As nuances ressaltando formas, cores e volumes: a solução da paleta cromática foi bem pontual ao aliar o amarelo e o vermelho, duas cores tão aplicadas no segmento de redes de alimentação, sem deixar o ambiente cansativo visualmente, já que o intuito do restaurante é oferecer um espaço convidativo para refeições mais prolongadas. As mesmas cores são aplicadas ao mobiliário e as luminárias do launge principal.


Jovem e urbano: aproximação dos painéis plotados a parede que simulam concreto aparente. Destaque para a fachada com logotipo em neon.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Espaço tipográfico


Gente, vejam o site do Intersection, um projeto experimental de tipografia que pesquisa como as formas das letras se comportam quando projetadas nos eixos x, y e z, combinadas umas com as outras.

Aqui vocês vão encontrar um programinha que permite a escolha de várias letras e a visualização do resultado em 3D, manipulável.

Uma outra abordagem do tipo enquanto uma manifestação tridimensional (é, tipo tridimensional derivado por extrusão é muito "last season")!

domingo, 30 de março de 2008

Octavio Café em Sampa


Extraído da ARCOweb"(...) o Octavio Café foi projetado pelo escritório Seragini Farné Guardado. Loja-conceito da empresa que almeja transformar-se em marca mundial e criar uma rede de cafés, a edificação procura reproduzir em macroescala, na fachada e no salão, a forma da semente de onde se extrai a bebida."

a idéia de utilizar uma estrutura pequena e "replicá-la" numa escala n vezes maior é muito legal e condizente com a nossa proposta de abordagem da tipografia no espaço expositivo!!!

o interessante é que o projeto traz para dentro do grão de café um monte de coisas do universo do café, que estão do lado de fora, no entorno dele, como as referências à cafeicultura no brasil, às fazendas, ao ciclo de crescimento da planta... toda uma história da vida do café fica condensada ali na semente que é o começo e o fim de tudo.

Será que poderíamos trazer também esse entorno da forma tipográfica para o nosso projeto?

domingo, 23 de março de 2008

Toque de Kandinsky


Toque de Kandinsky é uma instalação sob a forma de um tapete interativo, com o objetivo de aumentar a compreensão da arte abstrata, destinada principalmente a crianças que visitam os museus. Foi inspirada nos escritos do artista Wassily Kandinsky sobre o conceito de sinestesia e baseada em sua pintura "Grupo".

O tapete é uma experiência em comunicação, explorando as dimensões pessoais do artista através da interativa descoberta.

Bem pertinente ao nosso projeto.

Ainda tem um video que depois podemos colocar aqui
http://video.google.com/videoplay?docid=-299412901771210715&q=touch+of+kandinsky&total=1&start=0&num=10&so=0&type=search&plindex=0